domingo, 5 de agosto de 2012

Patinho Feio (Crônica)

A fábula do Patinho Feio sempre fez parte da minha vida. Felizmente, quando criança, consegui entender o contexto dessa história, o que me ajudou a tomar decisões muito importantes. Não existe "festa estranha com gente esquisita". Quando você vai em festas onde se sente deslocado, a culpa não é da festa, não é das pessoas, não é sua. Simplesmente você não faz parte daquele grupo e isso seria resolvido se você conhecesse umas duas ou três pessoas e com isso iria se alastrando a rede de contatos e pronto: tudo deixa de ser estranho e esquisito. Por outro lado, tem a questão do astral... Você nem sempre está na mesma "vibe" da festa e não se culpe por isso. Procure entrar na "vibe" ou vá embora. A fábula do Patinho Feio dá esse entendimento, e ainda se pode esmiuçar muito mais sobre o assunto. 

O Patinho Feio não é feio. Ele é diferente e a fábula mostra a insensibilidade e intolerância de algumas pessoas com gente diferente. Porém, quando esse ser "diferente" está junto dos seus iguais, essas mesmas pessoas intolerantes e insensíveis conseguem até ver beleza no "ser diferente".

Isso acontece comigo sempre. Sou cantor e toco alguns instrumentos musicais. Noto que quando estou executando o ofício de músico, causo certo encantamento, todos me olham e mulheres usam sua imaginação e às vezes me contam o que pensam, quando desço do palco. Sei que isso não é por causa dos meus belos olhos castanhos. Tenho a consciência de que é o encantamento do meu ofício. Porém, quando passo na rua vestido da mesma forma que eu estava no palco, ninguém me olha, ninguém me aborda. Fico triste com isso não, sei que é assim mesmo. Quando escrevo, também sou especial, as pessoas reconhecem e isso me deixa feliz. Quando estou no meio de poetas, literatos, escritores, não sinto nenhuma estranheza. Me sinto em casa. Se me colocarem no meio de um grupo de funkeiros, vou me sentir deslocado, pois não é minha área de interesse. Que fique claro, não há "grupo" melhor que o outro. Quem diferencia "tribos" qualitativamente, ao meu ver, com todo o respeito, é burro!

Namorei uma moça, certo tempo, que adora comédias românticas, fã declarada de Hugh Grant. Eu não gosto muito desse gênero, mas não deixei de assistir Bridget Jones com ela. No entanto, ela era democrática e assistia Bruce Lee e Van Damme comigo... Hahahaha. 

Se o mundo soubesse, de fato, o que é HARMONIA, as diferenças seriam respeitadas e ninguém mais seria rotulado de estranho e esquisito. Ninguém agrediria física e verbalmente seres diferentes. Não haveria guerras. Seria um mundo ideal para John Lennon. Imagine all the people living your life in peace!

Beijo nas crianças,
Marcio Bragança

4 comentários:

  1. Márcio, gosto muito de suas crônicas! Quando te conheci lendo aquela sobre as periguetes no Identidade Cultural, fiquei encantada pela sua perspicácia com as palavras.
    'O patinho feio não é feio, é só diferente'.
    Bjoks

    ResponderExcluir
  2. Gostei. Gosto de metáforas e, no caso de se adequar ao contexto como você expressou me fez pensar nos inúmeros papéis sociais que exercemos, segundo a sociologia. Não somos um único ser, mas sim uma pluralidade de seres dentro de um. E isso se mostra na sua crônica quando você fala das diferentes reações das pessoas nos inúmeros contextos em que você se insere.
    Plagiando Raul Seixas, somos (embora muitos não admitam) uma "metamorfose ambulante" nas mil e uma tribos desta sociedade em que vivemos.
    PArabéns pelo texto!

    ResponderExcluir
  3. Grande Márcio, parabéns pelo blog! Aqui é o Leo Felix. Como estão as coisas? Espero que a vida e os projetos estejam bem. Estou precisando manter contato contigo. Depois adicione o perfil da TRIBO DE LEVI no Facebook https://www.facebook.com/tribodelevi e envie contatos atualizados. Não tenho perfil pessoal.
    Abraços, Leo Felix.

    ResponderExcluir
  4. Olá Márcio!

    Que legal este post!

    Acho que muito estão dentro desta sua Crônica!

    Parabéns!

    Ótima semana!

    ResponderExcluir