sexta-feira, 10 de junho de 2011

Mundo Pasteurizado (Poesia)

Onde foram parar aqueles que formaram minha opinião?
Pouco a pouco meus mestres estão partindo
E não restam muitos por aqui hoje
Quem serão os mestres dos meus filhos, netos e bisnetos?
Esses "produtos" da mídia
Que emitem opiniões cerceadas por empresários, assessores e produtores?
Essa gente "politicamente correta"
Que não pode ir contra os modismos impostos pelo o que chamam de "sociedade"?
Ou essa gente que tornou a vida uma bagunça
Confundindo liberdade com libertinagem?
Mesmo com essa libertinagem de hoje, não se enganem:
As pessoas ficaram mais caretas, tremendo paradoxo!
Hoje as belas bundas e os belos músculos ditam regras de comportamento
Apesar da maioria dos seus portadores terem cérebro de amendoim!
As "bundas" e "músculos" que fizeram parte da minha formação humana
Pensavam,  formavam e geravam opiniões, que faziam as pessoas usarem a cabeça
Não se dá mais o devido valor ao condicionamento físico do cérebro
A cada dia vejo morrer o senso crítico das pessoas
E vejo nascer um mundo pasteurizado e alienado
É a filosofia daquela música "Tindolelê"
(Todo mundo tá feliz? Tá feliz!)
Felicidade forjada, sorrisos de fachada
Sinto saudade dos tempos onde os polêmicos faziam as pessoas pensarem
Os polêmicos de hoje fazem as pessoas se revoltarem
Com suas declarações carregadas de burrice e preconceito
É proibido pensar?
É proibido "bater de frente" pra não se "queimar"?
Contestar é pecado, é "mimimi", é rabujice?
Que merda de mundo é esse
Que me obriga a sorrir toda hora
E me revoga o direito de ficar triste e chateado de vez em quando?
Que se apartem de mim os controladores de emoções
Desse mundo limitado, corretinho, careta, pasteurizado
Mundo retrógrado!